“O cordel veio da Europa no fim do século passado. No Nordeste do Brasil ele foi bem implantado e os poetas conseguiram com ele bom resultado”. José Francisco Borges, poeta
O cordel é um gênero de poesia popular que surgiu da oralidade e depois impressa em folhetos rústicos. Não é uma invenção nossa. Veio de Portugal, onde os poetas eram chamados trovadores, que quando declamavam eram acompanhados por uma viola tocada por eles mesmos.
O trovadorismo surgiu no século XII e marcou a literatura da Idade Média na Europa durante o feudalismo. Estendeu-se até o século XV, com a chegada do Renascimento. Além de Portugal e outros países, também na França e Espanha, o trovadorismo era apresentado ao povo cantando o amor, seus costumes e acontecimentos da época.
A planta aquática Vitória-Régia |
Histórias como a da Princesa Magalona, filha do rei de Nápoles, apaixonada pelo conde Pierre, que vive as maiores aventuras e desventuras até se reencontrar com o noivo.
Ou de Carlos Magno e os Doze Pares de França, narrativa com muitas batalhas que se espalhou por todo o sertão nordestino e inspirou nossos cantadores.
Ou de Carlos Magno e os Doze Pares de França, narrativa com muitas batalhas que se espalhou por todo o sertão nordestino e inspirou nossos cantadores.
Dos antigos romances ou novelas de amor e de cavalaria, das narrativas de guerras e conquistas marítimas, o cordel passou a retratar acontecimentos do cotidiano. Quando não havia jornais, rádio ou televisão, essa poesia popular ocupou espaço por meio de cantorias, e mais tarde, escrita nos folhetos impressos em tipografias rústicas e vendidos nas feiras.
O cordel virou um dos meios mais importantes de divulgação dos fatos que despertavam o interesse do povo. Podiam ser os feitos de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros famosos. O registro de secas e enchentes, vaqueiros e vaquejadas, santos e milagres, crimes etc.
Vamos conhecer a planta aquática chamada Vitória Régia
Bebês deitados numa folha da Vitória Régia |
Suas folhas podem atingir
2,5 metros de diâmetro e sustentar peso de até 50 quilos.
A planta tem espinhos que a protegem do ataque de bichos. As folhas que aparecem na superfície de rios e lagos podem pertencer a uma única planta, com raízes bem fincadas na terra.
Parece que flutua na água, mas isso não é verdade. Trata-se de uma planta enraizada, só a folha flutua. E para se desenvolver bem, ela precisa estar em águas com profundidade média de um metro.
A planta tem espinhos que a protegem do ataque de bichos. As folhas que aparecem na superfície de rios e lagos podem pertencer a uma única planta, com raízes bem fincadas na terra.
Parece que flutua na água, mas isso não é verdade. Trata-se de uma planta enraizada, só a folha flutua. E para se desenvolver bem, ela precisa estar em águas com profundidade média de um metro.
A Lenda da Vitória Régia
A bela flor da Vitória-régia |
Com essa lenda, os pajés explicavam para os índios de sua tribo a origem desta bela planta aquática.
Diz a lenda, que quando a Lua (um deus para os índios) se punha atrás das montanhas ficava namorando belas moças indígenas. Toda vez que a Lua se escondia, levava consigo uma linda índia que era transformada em estrela.
Numa tribo tupi-guarani vivia uma índia chamada Naiá. O sonho dela era também ser levada pela Lua e transformada numa estrela.
Toda noite, Naiá subia no alto das montanhas na esperança de ser notada pela Lua. Porém, por mais que ela subisse e tentasse aparecer, nada acontecia.
Numa linda e iluminada noite, Naiá viu o reflexo da Lua no lago. Acreditando que a Lua se aproximava para levá-la, atirou-se nas águas e desapareceu.
A Lua, que ficou impressionada com o ocorrido, resolveu transformar a índia numa linda planta aquática: a vitória-régia. É por isso, explica a lenda indígena, que esta planta apresenta lindas flores que abrem somente à noite, exalando um delicioso perfume.
Vamos ver essas lendas na Poesia de Cordel para você dramatizar.
A LENDA
DA VITÓRIA-RÉGIA
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Foi no rio
amazonas
Que esta lenda
nasceu:
Uma índia
apaixonou-se
Por jaci e se
perdeu,
E numa noite
de lua
Na água
desapareceu.
|
E surgiu uma
linda flor,
Que refletindo
o luar,
Com sua folha
enorme
É a rainha do
lugar,
Flutuando
sobre as águas,
Vivendo a nos
encantar
|
A Lenda da Matina Perêra - Misteriosa criatura, ora pássaro, ora gente, a Matina Perêra vive nas matas. Trata-se de uma variação da lenda do
Saci-Pererê e da Caipora.
Embora seja muito comum nos estados da Região Norte, essa lenda é conhecida em todo o Brasil, com vários nomes: Matinta Pereira, Matinta, Mati-tapereira, Matim-taperê, Maty-Taperê, etc.
Origem Provável: é um Mito comum nas Regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
Lenda da MatinTa Perêra Embora seja muito comum nos estados da Região Norte, essa lenda é conhecida em todo o Brasil, com vários nomes: Matinta Pereira, Matinta, Mati-tapereira, Matim-taperê, Maty-Taperê, etc.
Origem Provável: é um Mito comum nas Regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.
A Matinta Perêra é uma velha vestida de
preto, com os cabelos caídos no rosto. Tem hábitos noturnos, preferindo as
noites sem luar.
Quando sente a presença de alguma pessoa ela dá um assobio estridente, dando a impressão de estar gritando o seu próprio nome: Matinta Perêra. O seu aparecimento causa verdadeiro pavor às pessoas.
Quando sente a presença de alguma pessoa ela dá um assobio estridente, dando a impressão de estar gritando o seu próprio nome: Matinta Perêra. O seu aparecimento causa verdadeiro pavor às pessoas.
A Matinta Perêra pode aparecer de diversas
formas, transformando-se quase sempre em coruja, apesar de aparecer também na
forma de outros animais.
Para se descobrir quem é a Matinta Perêra, basta que a pessoa que ouvir o seu assobio convide-a para vir à sua casa pela manhã para tomar café.
Para se descobrir quem é a Matinta Perêra, basta que a pessoa que ouvir o seu assobio convide-a para vir à sua casa pela manhã para tomar café.
Na manhã
seguinte, a primeira pessoa que chegar pedindo café ou tabaco é a Matinta
Perêra. Acredita-se que a Matinta Perêra possui
poderes sobrenaturais. Seus feitiços são capazes de causar sérios prejuízos às
suas vítimas, principalmente com respeito à saúde, causando-lhes fortes dores
físicas e até a morte.
A Lenda da MatinTa Perêra (poesia de cordel para você dramatizar)
|
|
Sou
a Matinta Perera,
De
assobio prolongado,
Afugento
os animais
Do
mau caçador armado.
Às
vezes, eu sou mulher;
Outras,
pássaro encantado.
|
Ninguém
nunca me avistou,
Caçadores
só escutam
O
bater das minhas asas,
E
facilmente se assustam.
Saem
em louca disparada,
Pois
se não saem, embiruta.
|
Vamos praticar ? Junte seus colegas. Forme grupos ou duplas e faça belas dramatizações com essas duas lendas contadas em forma de poesia de cordel. Sucesso!
Amplie seus conhecimentos. Veja também:
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Observação: deletei sem querer o texto original. Tentei reconstruir. Mil desculpas. Obrigada.
Referências
Livro lendas e mitos do Brasil em cordel autora: Nireuda Longobardi
Literatura de Cordel na Internet. FalaCultura Site do poeta Augusto de Campos
http://falacultura.com/dica-de-site/
Poetas e cantadores. Casa de Rui Barbosa
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/poeta.html
http://www.lendo.org/o-que-e-literatura-de-cordel-autores-obras/
Lenda da Matina Perera. Site no Amazonas é Assim
http://noamazonaseassim.com.br/a-lenda-da-matinta-perera/
http://sitededicas.ne10.uol.com.br/folk_matinta.htm
http://falacultura.com/dica-de-site/
Poetas e cantadores. Casa de Rui Barbosa
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/poeta.html
http://www.lendo.org/o-que-e-literatura-de-cordel-autores-obras/
Lenda da Matina Perera. Site no Amazonas é Assim
http://noamazonaseassim.com.br/a-lenda-da-matinta-perera/
http://sitededicas.ne10.uol.com.br/folk_matinta.htm
A planta vitória regia http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/05/tipica-da-amazonia-vitoria-regia-encanta-pesquisadores-e-turistas.html
Trovadorismo
Parabéns,conteúdo rico para ser utilizado em sala de aula, amei!!!
ResponderExcluirObrigadíssima, Karina! Fico feliz que tenha gostado.Volte sempre e recomende-nos! Sucesso! Bjs !
ResponderExcluirOi, Claudia!
ResponderExcluirParabéns, conteúdo completíssimo, super interessante. Amei!
E obrigada por citar o FalaCultura nas fontes - é cada vez mais raro encontrar pessoas que lembrem de fazer essa gentileza e ajudar a espalhar esse tipo de conteúdo pela internet.
Fortes abraços!
Obrigadíssima, Juliana ! Puxa, que bom ! Fico feliz por ter feito a minha parte e por tê-la aqui. A Internet tem muita coisa boa, como o FalaCultura. Parabéns ! Volte sempre !
ResponderExcluirBjs e um grande Axé, de Salvador/Bahia, para vc !