Lendas, fábulas, mitos, historinhas são excelentes recursos para trabalhar leitura e interpretação de textos, tornando a tarefa mais fácil para o professor e o aluno.
O folclore brasileiro é muito rico em tradições folclóricas, que podem ser úteis ao professor, não apenas no mês de agosto, quando no dia 22 celebramos o Dia do Folclore, mas em qualquer época do ano.
O texto Assembleia dos Mitos reúne os principais personagens das nossas lendas regionais, um ótimo recurso a ser explorado, fechando o estudo das mesmas em sala de aula. No final tem uma relação de posts que trazem as lendas aqui citadas e outras manifestações folclóricas. Espero ter ajudado.
Assembleia
dos Mitos
Reunidos
em assembleia na grande clareira da mata, estavam os principais mitos do
folclore brasileiro. Da Amazônia vieram o Curupira, o Anhangá, a
Matintapereira, que vira passarinho quando quer, o Boto, que atrai as mocinhas
para namorar dentro d’água, a Boiúna e o Mapinguari.
Do Nordeste vieram o Quibungo e o Capelobo. Da Mata Atlântica, a Caipora e o Gigante Bicho-Homem. Do Sul do Brasil veio o Boitatá, e do rio São Francisco, o famoso Caboclo d’água. Isso sem falar da Mula-sem-cabeça e do Lobisomem, que moravam em uma fazenda ali perto mesmo.
A assembleia já estava começando quando chegou o Curupira todo afobado. Acabara de chegar do Amazonas montado em um porco-do-mato. O porco estava cansadíssimo.
Inicialmente
foi eleito um novo presidente da ASFOBRA (Associação dos seres do folclore
brasileiro), que deveria presidir a assembleia. Dos dois candidatos, o
Lobisomem e a Mula-sem-cabeça, foi mais votado o Lobisomem, mesmo porque se
concluiu que a Mula não tinha cabeça para presidir a assembleia.
Ela quis impugnar a eleição, alegando que o Lobisomem era um mito europeu, mas ele provou que já estava naturalizado brasileiro. Assim, o Lobisomem foi eleito presidente da ASFOBRA e passou a presidir a assembleia.
Inicialmente deu as boas-vindas aos mitos presentes e logo colocou em discussão o primeiro e único item da pauta: conservação dos mitos do folclore brasileiro ameaçados de extinção.
Lembrou que a maioria da população passou a morar nas cidades, a ver televisão, usar computador e outros produtos de tecnologia, esquecendo-se do folclore.
Ela quis impugnar a eleição, alegando que o Lobisomem era um mito europeu, mas ele provou que já estava naturalizado brasileiro. Assim, o Lobisomem foi eleito presidente da ASFOBRA e passou a presidir a assembleia.
Inicialmente deu as boas-vindas aos mitos presentes e logo colocou em discussão o primeiro e único item da pauta: conservação dos mitos do folclore brasileiro ameaçados de extinção.
Lembrou que a maioria da população passou a morar nas cidades, a ver televisão, usar computador e outros produtos de tecnologia, esquecendo-se do folclore.
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Principalmente os jovens – disse ele - não acreditam mais em nós. Nós só existimos na
imaginação do povo. No dia em que não acreditarem mais em nós, deixaremos de
existir. Por isso, estamos todos ameaçados de extinção e, como ninguém faz
nada, nós mesmos vamos ter que defender nosso direito à existência.
Todos
aplaudiram. Em nome dos mitos da Mata Atlântica, tomou a palavra o Gigante
Bicho-Homem. Muito emocionado e com o único olho cheio de lágrimas, começou a
falar:
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Antigamente, as matas do sul da Bahia eram cheias de Bichos-Homens. Nós éramos
temidos e respeitados. Vivíamos felizes e todos acreditavam que nós existíamos.
Com a destruição da mata, os Bichos-Homens estão acabando.
Os últimos que ainda existem estão no Parque Nacional do Monte Pascoal, e só os índios Pataxós e alguns caboclos acreditam neles.
Os últimos que ainda existem estão no Parque Nacional do Monte Pascoal, e só os índios Pataxós e alguns caboclos acreditam neles.
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Nós também estamos ameaçados – disse o Caboclo d’água. – Nosso maior problema é
a poluição dos rios. Tem amigo meu com asma e o corpo todo cheio de perebas de
tanta poluição. Não dá para viver mais assim.
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Isso mesmo – disse o Boto. – Há pouco tempo, eu atraí uma linda índia para
namorar comigo dentro do rio, mas ele estava tão poluído que ela fugiu.
Animado
com aqueles depoimentos, o Curupira, que era um pouco tímido, criou coragem e
fez uma queixa:
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Vocês sabem que a minha obrigação e a de minha colega Caipora é proteger as
matas e os bichos. Mas não estamos dando conta de tanto trabalho. Tenho
constantes crises de dor de cabeça e dor no peito.
O médico disse que é estresse e me aconselhou a tirar férias. Mas cadê tempo? O fato é que não aguento mais lutar contra caçadores e motosserras.
O médico disse que é estresse e me aconselhou a tirar férias. Mas cadê tempo? O fato é que não aguento mais lutar contra caçadores e motosserras.
Depois
de muita discussão, a assembleia decidiu designar uma comissão para redigir o
documento a ser encaminhado ao governo, pedindo medidas energéticas para
proteção dos mitos do folclore brasileiro ameaçados de extinção.
Fonte: Outra Perna do Saci, de Ângelo Machado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
1) Que
mito presidia a Assembleia?
2) Segundo o presidente da assembleia, quando os mitos do folclore deixarão de existir?
3)Separe, por região, os mitos que participaram da reunião.
a) Região Norte ______________________________________
b) Região Nordeste ____________________________________
c) Região Centro-Oeste ________________________________
d) Região Sudeste _____________________________________
e) Região Sul _____________________________________
4) Cite duas características físicas que tornam o bicho-homem diferente do homem normal.
5) ) Os mitos convivem com problemas ambientais. Enumere-os.
6) Dê o significado da sigla ASFOBRA, que parece no texto.
6) Dê o significado da sigla ASFOBRA, que parece no texto.
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