terça-feira, 12 de julho de 2016

Pais que leem para os filhos ajudam a aumentar o vocabulário e a memória. Família e escola unidas pela leitura

Sábia mãe coruja lendo um livro 
para  seus filhotinhos
Li esta matéria assinada por Mariana Tokarnia, publicada no último dia 06/07 pela Agência Brasil e resolvi reproduzi-la aqui, por sua importância para todos aqueles que de alguma forma têm acesso a crianças.  

Não pode haver melhor  incentivo à leitura e ao desenvolvimento da fala e do vocabulário de uma criança, do que ler para elas. Estímulos na escola são fundamentais, mas os pais podem contribuir para a incorporação do hábito de leitura ao cotidiano de seus filhos.

Pais e filhos sentados juntos e lendo em voz alta, alternando os parágrafos,  ajuda a criança a dominar melhor o processo de desenvolvimento da leitura e facilita a compreensão da história, o que também favorece o prazer de ler. 

Descubra o tema que mais agrada seu filho. Ao comprar livros infantis, deixe-o folhear livremente, olhar figuras...  Ir a livrarias e deixar o filho folhear diversas obras é um bom estímulo. Pais e filhos compartilhando momentos de leitura, conversas, cânticos infantis e contações de histórias   superam o melhor tratamento de  fonoaudiologia que possa existir, para ajudar  aquelas crianças que tenham dificuldades na fala, por exemplo, além de melhorar a disciplina. 

A escola costuma dar o sinal de alerta quando há indícios de que a criança apresenta problemas mais sérios com a leitura, que podem estar associados a distúrbios auditivos e até a doenças,  como anemia.   
Fique atento a problemas como dislexia, distúrbio de origem genética que afeta cerca de 2% da população,  e para a qual há tratamentos eficientes.  

As principais características da dislexia são: dificuldades em relacionar a letra ao som correspondente e em escrever as sílabas na ordem corretaLeia a matéria na íntegra:
  
Pais que leem para os filhos ajudam a aumentar o vocabulário e a memória 

O hábito dos pais de ler para as crianças em casa pode trazer mais benefícios do que se imagina. Um estudo da Universidade de Nova York, em colaboração com o IDados e o Instituto Alfa e Beto, divulgado hoje (6), mostra um aumento de 14% no vocabulário e de 27% na memória de trabalho de crianças cujos pais leem para elas pelo menos dois livros por semana.

O estudo concluiu ainda que a leitura frequente dos pais para as crianças leva à maior estimulação fonológica, o que é importante para a alfabetização, à maior estimulação cognitiva em casa e a um aumento de 25% de crianças sem problemas de comportamento.

"Esses dados são bastante impressionantes. Estamos comparando dois grupos que estão dentro do sistema de creches, dentro de um sistema com professores treinados para ler para as crianças. Acrescentamos a leitura dos pais e, quando isso é feito, da forma como foi feito, tem grande impacto", diz o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira.
Ele explica que o momento de leitura é também um momento importante de interação entre pais e filhos. "Esse é o ponto central, levar os pais a conversar com os filhos. Eles podem também levar as histórias para o real, quando estiverem na rua, podem mostrar para os filhos algo que apareceu na história. Essa forte interação tem impacto em outras dimensões cognitivas".
A pesquisa foi feita em Boa Vista (RR), onde a prefeitura desenvolve um programa chamado Família que Acolhe, voltado para a primeira infância, que acompanha as crianças desde a gravidez até os 6 anos de idade. O acompanhamento inclui atendimento integrado nas áreas de saúde, assistência social e educação para as famílias, com prioridade para as famílias de baixa renda, que constituem dois terços da população do município. 

Para participar do estudo conduzido pelo professor associado de pediatria e saúde populacional da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, Alan Mendelsohn, e pela cientista da mesma instituição Adriana Weisleder, foram selecionadas 1.250 mães com 1.250 crianças de 1 a 4 anos, todas beneficiárias do Bolsa Família.

Parte das crianças recebe apenas o atendimento em creche, o que inclui leitura interativa diária pelos educadores. Outra parte, além da creche, leva para casa dois livros por semana para serem lidos pelos pais. 

Esses pais participam também de sessões de capacitação a cada três semanas, onde recebem orientações e participam de exercícios e análises de vídeo sobre como conversar e interagir com as crianças no momento da leitura e em situações do cotidiano. Foi analisado ainda um terceiro grupo que não tinha acesso a nenhuma das atividades.

Ao final do estudo, além dos benefícios constatados nas habilidades das crianças, houve também aumento de 50% no número de famílias que passaram a ler com os filhos pelo menos três dias na semana e um aumento de 50% na leitura interativa.

O programa é implementado em Boa Vista há quatro anos e inclui a capacitação dos pais para a leitura desde o berço, segundo a prefeita da cidade, Teresa Surita. Ela conta que implementou o programa após temporada em Harvard, nos Estados Unidos, onde fez um curso voltado à primeira infância. 

"É impressionante como os estudos de neurociência apontam a importância dessa etapa. Investir na primeira infância é pensar também economicamente no desenvolvimento do país".

Por Mariana Tokarnia.    Edição: Graça Adjuto

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